terça-feira, 26 de abril de 2011

Vida longa...

Pessoal, a todos os que acompanham o Blog desde sempre, gostaria de pedir imensas desculpas e informar que o Blog não acabou - apesar do breve abandono no qual se encontra. O Biografias Horizontais é um projeto que desenvolvo já há algum tempo e, embora não esteja postando no Blog, continuo a escrever sobre o complexo universo da sexualidade...

Nos próximos dias voltarei a atualizar o Blog e conto com a presença firme de todos os meus ilustres leitores e colaboradores...

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.

E não esqueçam que aqui no Biografias Horizontais, falar de sexo é a regra número um...

E então, vamos falar de sexo?

domingo, 7 de novembro de 2010

Apenas mais uma


Já passei muito frio nas esquinas do mundo,
E vislumbro cada dia a tristeza dos olhares,
Meninos ingênuos querendo ser gente grande,
Homens franzinos que eu transformo em gladiadores,
Ofereço meu corpo em troca de dinheiro,
Mas abro apenas o óbvio,
Minto sorrisos e meias palavras,
Guardo comigo o que me compõe.
Escuto segredos de ombros cansados,
Amantes mal amados de camas vazias,
Recebo presentes e olhares de navalha,
Dos falsos ilibados que encenam suas horas,
Tenho feridas que sangram e outras cicatrizes,
Escancaro a superfície e escondo a alma.
Também assisto novela e sou princesa de faz-de-conta,
Tenho desejos e sonhos e muitas histórias na lembrança,
Conheço os neóns luminosos que camuflam a penumbra,
E os vampiros das madrugadas sempre sedentos.
Aprendi a conviver com aparências hostis,
E a ouvir com paciencia palavras marcadas.
Já me deitei por alguns trocados
E já fiz amor sem cobrar nada,
Amei loucamente e fiz planos ousados
E já fui ao cinema de mãos dadas.
Não trago em mim ilustre novidade,
Posso ser tudo o que querem - e o que quero -,
Sou tantas, não todas, sou mulher,
Sou do jeito que todo mundo é.

Todo mundo tem sua história e não há história que não mereça ser contada... esse poema é uma singela homenagem às muitas amantes mal amadas das madrugadas frias... às mulheres que mostram toda a simplicidade do seu corpo, mas guardam para si toda a complexidade do seu ser...

Beijo pra quem é de beijo.]
Abraço pra quem é de abraço!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Casamento Homoafetivo


Casamento gay, união homoafetiva, contrato de convivencia, enfim, como as leis não podem prever o futuro, primeiro ocorre o fenomeno social para depois o direito acompanhá-lo e enquadrar-se aos seus moldes.
Em inúmeross países, observa-se já o reconhecimento - ainda que parcial - desse direito. Recentemente, nossa vizinha Argentina, demonstrou uma postura pós matrix ( vanguardista), ao aprovar o casamento entre indivíduos do mesmo sexo, com reflexos na legislação trabalhista, previdenciária, cível, etc.
Nos últimos meses, fiz uma especialização em Direitos Humanos na Universidade de Coimbra/Portugal, e pude constatar que, em diversos aspectos, aa legislação brasileira é exaltada com entusiasmo na comunidade internacional.
Entretanto, verifica-se, em muitos aspectos, um atraso legislativo e, principalmente, político. É o casso do casamento homoafetivo e - citando um tema que brevemente será abordado no Blog - do aborto. Como instituição cultural - criada pelo homem - os ditames relativos ao casamento devem acompanhar a ocorrencia de novos fenomenos sociais, sendo completamente descabida a não aceitação do termo para a união de pessoas do mesmo sexo.
A denominação de "casamento", ao invés de "união", "pacto", "contrato", etc, significa o reconhecimento de um direito e ssignifica, acima de tudo, a constatação mais que óbvia. de que esse é um direito de todos, independentemente de quem componha sua cama.
Ouvi uma frase simples, porém incrível, não lembro exatamente de quem: " sexo oposto é aquele que está à sua frente".

O blog se propõe a falar de sexo e, como o universo do sexo engloba tudo e mais um pouco, gostaría que vocês, meus caríssimos leitores, enviassem cometários acerca do tema, ajudando dessa forma, a incrementar essa discussão. Temos de enfrentar tudo: os dedos tesos, as bocas moles e os falsos ilibados. Temos que escancarar nossas idéias e lutar pelo que acreditamos - mesmo que não seja em causa própria. Acho que quem chegou até aqui, tem coragem suficiente de nos presentear com sua opinião...

E então, vamos falar de sexo?

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.

terça-feira, 30 de março de 2010

Biografias Horizontais VII


Naquele dia ela recebeu mais um telefonema. Ele queria um programa diferente, mas pagaria bem pelo serviço. De pronto, ela já sabia do que se tratava, mas não teve medo. Aliás, sabia que a morte era sua única certeza e que o sofrimento andaria sempre de mãos dadas com sua alegrias.
Naquele dia ela se vestiu como em qualquer outro e saiu para a labuta. Ao entrar no quarto, deparou-se com um cenário que só havia visto em alguns filmes ou nos seus pensamentos mais psicodélicos. No fundo, sempre teve uma curiosidade em conhecer desse universo, mas o maximo que tinha experimentado foi um par de algemas e um chicotinho preto.
A princípio, não viu ninguém. Apenas uma penunbra e alguns objetos espalhados pelo chão - a maioria difícil de identificar ou saber para que servia. Ela permaneceu calada e começou a explorar cada canto do ambiente. Alguns minutos após sentiu uma forte pegada por trás e, num piscar de olhos, estava com um lenço amarrado na boca. Quando se virou, viu um homem alto, moreno com cabelos lisos e levemente despenteados, completamente nu.
Nesse instante, havia uma misura de apreensão, surpresa e desejo. Antes que pudesse tomar qualquer reação, sentiu um barulho agudo e um forte ardor na parte anterior das coxas. Sem saber exatamente como, num piscar de olhos estava apenas com a blusa, a calcinha e as botas. Depois ele tirou sua blusa e começou a beijar todo o seu corpo. Entre os beijos, algumas mordidas tão fortes que ela podia sentir os dentes penetrando em sua carne. Suas mãos foram amarradas nas costas e, num ato contínuo, ele a colocou de joelhos e arrancou sua mordaça.
Ela se viu de frente com o pênis pulsando e atirou-se violentamente, com as mãos dele pressionando sua nuca. Ao mesmo tempo em que se sentia indefesa, gostava de estar sendo dominada. E continuava a engolir freneticamente até ficar sem ar. Embora ainda estivesse de calcinha e botas, não via a hora de ficar também completamente nua. Dos pudores, se é que ainda os tinha, ela já havia se despido. Resolveu entrar de cabeça no jogo... ( continua ).

Gostaria de pedir desculpas pela displicência que estou com o Blog, mas resolvi fazer um mestrado fora do país e a correria está muito grande. O ares de Portugal estão me fazendo muitissimo bem e espero aos poucos voltar às postagens...
E ai de quem resolver me abandonar. Eu vou atrás... rs!

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Conversas de Bar - respeite o beijo alheio.


Galera, desculpa pelo meu sumiço do blog. Daqui a alguns dias estou indo passar um tempo na Europa e tô numa correria danada... But I´ll be back! Ou melhor, acabo de voltar...

Outro dia estava sentado em um bar com alguns amigos quando, nem sei ao certo como, começou-se a travar uma discussão densa e desgastante que se estenderia por toda a noite. Dentre os que estavam no bar, haviam alguns gays. Sempre tive amigos de todas as cores, generos, religiões e times de futebol. Mas, voltando ao assunto, acho que o bate boca teve seu início quando dois dos rapazes que estavam na mesa se beijaram. Logo após, uma das meninas que estavam na mesa disse que ainda não estava acostumada com "aquilo" e que ela estava se sentindo constrangida com a situação. Desfechou-se uma verdadeira guerra de opiniões, de filosofias de bar, de sermões e, principalmente, de algumas babaquices. E o mais engraçado é que essa tal moça fazia questão de enfatizar: "mas eu não tenho preconceito não viu meninos, só acho que aqui não é ambiente pra essas coisas". Bom, estavamos todos em um bar aberto, um lugar classificado como alternativo ( aqui em Salvador é a nova designação para lugares frequentados pelo público GLS) e em um clima de total descontração. Por todos os lados haviam casais se beijando. Esse preconceito nas entrelinhas me deixa fora do sério. Esse pseudo comportamento liberal, apenas para se enquadrar no politicamente correto. Ninguem é obrigado a aceitar tudo. Mas, aceitando ou não, há de ser respeitado. Respeito só funciona na reciprocidade. Para o homem que beija outro homem, ver um homem beijando uma mulher pode parecer estranho. Mas há que ser respeitado. Assim como todas as recíprocas possíveis. Acho terrível essas segregações. Algumas vezes, quando saio com um casal de amigas que namoram há algum tempo, temos de ir para pontos específicos da cidade - para que elas fiquem à vontade. Imaginem só o absurdo. Se formos para os tais lugares frequentados pelos falsos ilibados, pelos moderninhos de araque, elas têm de se resguardarem à posição de amigas: sem beijo, sem toque, sem carícias. O que nos torna iguais é unicamente o fato de sermos todos diferentes. Se eu quiser respeito, terei de respeitar.

"Vocês riem de mim porque eu sou diferente. Eu rio de vocês porque são todos iguais."

Repassem essa idéia.
A mudança, para ser significativa, deve começar dentro de cada um.

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço!

domingo, 11 de outubro de 2009

Biografias Horizontais VI - Depoimento de J.M.S.


olha, só topei dar esse depoimento pois você me garantiu que não revelaria meu nome. E também gosto de falar. Começei na vida cedo, sabe moço... quando eu tinha doze ou treze anos, não lembro bem ( abaixa a cabeça por um instante), fui violentada pelo meu primo de 19 anos. Nunca contei isso a ninguém. Na verdade, o depois foi muito difícil, sabe? Fiquei meio perdida e muito confusa. Depois disso esse primo meu ficou um bom tempo sem ir lá em casa. Uns dois anos depois, qando eu menos espero, aparece o sujeito lá. Senti calafrios dos pés até a cabeça. Ao mesmo tempo que eu queria que ele desaparecesse quando eu fechasse os olhos, queria tembém que ele me jogasse na cama e fizesse exatamente como fez da outra vez. Que cara é essa moço? Ficou chocado, foi? É que esqueci de dizer que eu tinha uma certa paixão por ele. Coisa de menina sabe.]
Entrevistador: fale mais de sua profissão...
Ah é, essa história me traz umas lembranças tão misturadas em minha cabeça. Ao msmo tempo que dá raiva, dá saudade... enfim.
Aos 16 anos fiquei grávida e fui morar com meu namorado. Perdi o bebê aos seis meses de gestação e, logo em seguida, levei um pé na bunda daqueles e, não queria voltar pra casa de meus pais de jeito nenhum. Foi aí que conheci a dona do Pinguelo Doce. Na época, o Pinguelo era o centro da boemia da cidade, lugar bem frequentado e, olhando de fora, nem era assim tão sujo... mas se você vasculhasse direito, ia ver cada coisa absurda. Imagina uma casa com 14 mulheres e dezenas de homens por noite? Deu pra perceber que limpeza não era o forte do local...
Bem, foi assim que começei nessa "carreira" (risos), com 16 pra 17 anos. Dona Cabeluda tinha umas técnicas que deixava a gente apertadinha que nem menina moça ( risos). O pior em trabalhar com sexo é que homem bonito geralmente consegue de graça, né? Então sobrava a rebarba pra gente. Era cada trapo que aparecia lá. Eu só beijava na boca se fosse branco. Não tenho nada contra preto sabe, mas ía cada negão lá que era o "cão chupano manga". Dona Cabeluda nao deixava a gente recusar cliente, a menos que a menina tivesse mortinha da silva. Mas ela era uma boa pessoa. Tinha uma menina que ela pegou pra criar desde novinha. Tratava como se fosse filha. Mas, como ela mesmo dizia: "vergonha é roubar e não levar, minha filha". Hoje sou feliz por ter conseguido construir uma familia. Não gosto muito de ficar remexando no passado, mas confesso que foram tempos difíceis, mas havia muita alegria. Se pudesse voltar atrás, não sei se faria diferente não... isso fez parte do que eu me tornei hoje sabe. E negar isso, seria negar uma parte de mim.

Esse foi o depoimento de J.M.S. que é casada há cinco anos e tem um filho de tres anos. Trabalhou por cerca de 10 anos na casa de tolerancia de Dona Cabeluda ( nome fitício) como profissional do sexo. Hoje ela é psicóloga formada pela Universdade Federal da Bahia e é uma mulher que enfrenta todos os seus fantasmas de cabeça erguida. E resolveu compartilhar um pouco de sua história com o Biografias Horizontais.

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Biografias HorizontaisV - Amor entre iguais


Chegou a pensar que nunca se apaixonaria de verdade, mas descobriu que ninguém escapa do amor. Ele é inexorável como a morte. E também taiçoeiro. Em um dia qualquer, nesses em que as horas teimam em seguir seu curso, ele conheceu o amor. Por certo que esse fato só fora revelado algum tempo depois. Mas foi intenso desde a primeira troca de olhares. Seus olhos se misturaram como leite no café. Andaram desnorteados sem saber a direção e, acabaram se esbarrando (intencionalmente?). Diálogos monossilábicos e telefones trocados. Me pergunto o motivo de complicarmos tanto o que é tão simples. O amor é que temos de mais epírico. Todo mundo ama, mas alguns não se permitem serem amados. Vagam pelo mundo sempre à procura de algo que se perdeu. De algo que perderam. De logo perceberam que tinham gostos extremamente diferentes. Um gostava de poesia, o outro de calculadoras. Um fazia curvas com as palavras, enquanto o outro atropelava tudo em linha reta. Libra e Virgem, Ar e Terra. Isso foi motivo para algumas brigas - e muitas pazes. Descobriram que o fato de serem diferentes os tornava iguais. Pois o que nos torna iguais, é o fato de sermos todos diferentes. Por isso, baby, o amor tanscende a química e a física e a quântica. O amor tanscende o sexo e as idéias e os nexos. Homens e Mulheres nasceram para amar. E todo amor tem um poema que lhe cabe. E toda cama vibra com um amor na madrugada.

Somente quem ama, consegue ver estrelas em um céu nublado. Por isso devemos...
amar sem limites,
amar sem fronteiras,
pois o amor sempre existe,
mesmo onde não há estrelas.

P.S. Não há coisa melhor que sexo com amor. Neste Blog falamos de sexo, mas o amor está sempre no ar. Ele está impregnado em cada palavra. Espero conseguir passar um pouco dele a vocês. Amem-se e permitam-se serem amados.

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Você é Pan?


A sexualidade é tema recorrente em universidades, nos iglus da Islândia, nos bares GLBTS de San Francisco, e, claro, nas mesas dos milhares de bares por esse mundo afora. Enfim, todo mundo quer saber se Chico gosta de Francisco ou de Maria, e se Maria gosta de João ou de Joana. Confesso que nunca entendi muito bem o porque disso, pois para mim, todo mundo é PAN! Não me sinto à vontade com generalizações e conceitos pré-concebidos, portanto, vamos colocar os pingos nos "is". Pansexual, trocando em miúdos, é aquele indivíduo que traça tudo, de maçaneta de porta a buraco em pé de bananeira. Não estou aqui defendendo bordões ou levantando bandeiras (não mesmo!), até porque, se tem uma coisa wue me tira do sério é quando o antropólogo Luiz Mott grita aos quatro ventos que " a Bahia é gay". Não, Sr. Luiz, a Bahia não é gay. A Bahia é de todos os santos e de todas as possibilidades. Aliás, o mundo é. O pansexualismo não significa que o indivíduo, necessariamente, se relacione com homens, mulheres, travestis, animais, objetos e plantas. Significa, sim, que o homo sapiens que resolve enfrentar seus preconceitos, descobre que existe um horizonte repleto de possibilidades lá fora. Claro que existem homens que só se relacionam com mulheres ou vice-versa, e continuará a existir. Assim como há mulheres que apenas se relacionam com mulheres, e homens com homens e bananeiras com bananeiras. O negócio é o seguinte: seja lá quem for que preencha o espaço vazio de sua cama de casal, há que ser respeitado. Cada um tem o direito de fazer suas escolhas. É cada qual com seu cada qual, ou, usando uma linguagem mais moderna... " é cada um no seu quadrado".


Beijos Horizontais pra quem é de beijo.
Abraços horizontais pra quem é de abraço.

E então, vamos falar de sexo?