
Desde pequena aprendi que a vida não seria fácil, mas eu sempre teria vários caminhos para escolher. Nunca sou be quem foi meu pai. Na verdade, nem sei ao certo se minha mãe sabia. Ela era daquelas putas indiscretas, que não fazem a menor questão de esconderem suas identidades. Ela era a rainha das esquinas ( como sempre dizia quando tomava um porre daqueles). Nasci pelas mãos de madame Dorotéia, uma puta velha que um dia já havia sido muito rica (pelo menos é o que dizem. Não me lembro muito bem da minha infância. Por isso, às vezes tenho a impressão de que já nasci puta. É a inexorabilidade da vida. Foi para isso que eu vim a este mundo. Sei dos meus potenciais. Sei que poderia voar bem mais longe. Mas quem disse que eu não vôo? Minhas asas cortadas aprenderam que não há grande problema em voar um pouco mais baixo. Confesso que tocar a vida como um barco na tempestade não é fácil, bem sei. Mas sinto que se vivesse na calmaria, eu mesmo arrebentaria meu barco para que ele afundasse. Gosto de movimentos e de cores. Aliás, uma das poucas lembranças que tenho da minha infância são os neóns e os brilhos intensos que davam vida à penumbra dos bordéis. É, acho que nasci mesmo puta. Poderia até ter sido outra coisa. Mas resolvi deixar que os ventos me levassem. Sem cais ou porto seguro, vivo me perdendo por esse mundo. E, de maré a maré, vou acumulando lembranças, sonhos perdidos, sorrisos lançados e lágrimas insistentes que teimam em me afogar de vez em quando.
Gostaria de agradecer ao carinho que tenho recebido e às inúmeras palavras escancaradas aqui no Blog... sintam-se sempre em casa e, para não perder o costume, Vamos falar de sexo?
Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.
Bom, quem quiser algo mais, estou aberto a novas possibilidades (: